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Paternidade sem jeito ou, O renomado macho escroto?

Paternidade sem jeito ou, O renomado macho escroto

Sem querer que pareça uma afronta, o macho escroto aqui é o ponto crucial do problema, o peso que as mães solos carregam - não as mães que levam adiante a criação do seu filho sem qualquer ajuda paterna por suas próprias escolhas, condição social. Precisamos falar dos pais que fogem da responsabilidade para com a cria. Se existe a mãe solo é porque existe o abandono do progenitor. Esse abandono pode ocorrer nas diversas fases:  quando o filho cresce, quando ainda é bebê, ainda na gestação ou, até mesmo, diante do resultado positivo de um confiável teste de gravidez.

Solo surge buscando dá a mulher confiança e força em si mesma como mãe. Abolindo a designação  "mãe solteira" que é tão atrelada às expressões de "mal falada", "não respeitável", "a que não conseguira um casamento" ou "aquela que é urgente casar", buscamos esquecer todas essas asneiras populares e retrógradas, principalmente pois nos encontramos diante de uma nova formulação da estrutura familiar. Porém, não vamos "romantizar" a mãe solo, não agora, pois não há "romantizacão" possível diante do peso que é ter toda a responsabilidade pela cria quando no processo de produção da mesma houve ali uma parceria, dois corpos, e a bendita ejaculação. O protagonista hoje é o macho escroto, o tal famoso "que sabe fazer, mas não sabe assumir", o que pede tranquilidade, mas está a quilômetros de distância de choro de bebê,  de madrugadas mal dormidas, das preocupações cotidianas e das responsabilidades de levar para tomar vacina, visitar a médica nas consultas programadas. Mãe Solo existe porque não existe a presença do pai, este é o ponto crucial do problema.

Mãe Solo é uma questão social presente  e historicamente existe trágica e universal. Quando abrimos os livros de História e nos deparamos com enredos como "família colonial", "família burguesa", "família feudal", que sempre aponta a composição das famílias nos respectivos períodos históricos formada por pai, mãe, filhos,servos, escravos, e em outra página algum relato de chefes de família  (o homem, macho) que tiveram casos extraconjugais, estupraram mulheres escravizados ou então suas empregadas; varões que partiram para as Cruzadas, saquearam e estupraram, a História esquece de contar a versão das vítimas da barbárie do machismo. Dos filhos, bastardos inglórios, jamais assumidos, cuidados e muito menos amado. Não vamos aqui fazer justiça, apenas ressaltar que não é de hoje a figura do pai ausente. Por isso, consideramos uma questão social, pois há um processo histórico, então, cultural que resulta em várias problemáticas na sociedade.

Imaginem o horror de crescer em uma sociedade que diz ser o correto a família nuclear e no momento de separação de um casal com filhos a sociedade absorve o homem  E culpabiliza a mulher? A mãe solo sempre terá o apoio da sua família,(algumas mulheres não os tem) principalmente da sua mãe e ela seguirá como guerreira diante das adversidades e alegrias da criação de seu bebê, mas nada a impede de ouvir comentários sórdidos:
- Engravidou para viver da pensão do filho
- Na hora de fazer foi bom, não foi?!
- Sua vida acabou.
- Quem pariu Mateus, que o balance.
- Agora vai ficar difícil alguém te querer. Ou,
- Por que você não casa com aquele velho sem dente que trabalha na feira? (Só para exemplificar que qualquer tipo de sujeito poderá ser uma dica de futuro marido).

Enquanto isso, o pai ausente "segue o bonde", estará apto a qualquer trabalho, pois não tem uma criança para cuidar nem manter na creche, e ainda reclama dos 30% de pensão que tem que pagar obrigado pelo justiça  (se não nem isso), alega que tem contas para pagar, como se a mãe solo não tivesse seus gastos e mais o da criança, sem emprego, muitas mulheres sequer terminaram o Ensino Médio e se veem sem formação escolar para uma melhor colocação no mercado de trabalho, a situação sempre gera conflito familiar e muitas vezes o pai da gestante se distancia.

O que há com os homens afinal? Por qual razão eles agem de forma excrota? A resposta é: porque é muito mais confortável para eles. Mudar esse cenário vocês não imaginam o quanto é revolucionário. Não é um textão feminista, talvez se fosse teria mais embasamento, são apenas reflexões alarmantes de situação tratada de forma natural, mantida e contida na sociedade, o pai ausente de que ninguém cobra a responsabilidade, da Mãe Solo que arca sozinha com as tormentas. Trago também uma questão para os machos excrotos: como é lidar com a impotência?

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